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Alzheimer: saiba como agir e descobrir os primeiros sinais da doença

Idosos caminhando Rodrigo Sargaço O Alzheimer, doença que mais causa demência no mundo, afeta cada vez mais idosos. A enfermidade provoca perda de memória e...

Alzheimer: saiba como agir e descobrir os primeiros sinais da doença
Alzheimer: saiba como agir e descobrir os primeiros sinais da doença (Foto: Reprodução)

Idosos caminhando Rodrigo Sargaço O Alzheimer, doença que mais causa demência no mundo, afeta cada vez mais idosos. A enfermidade provoca perda de memória e outras funções do cérebro. Não há como prevenir totalmente, mas manter hábitos saudáveis — como praticar exercícios, ter boa alimentação, dormir bem e estimular a mente — ajuda a reduzir os riscos. Segundo o neurocirurgião Newton Moreira De Lima Neto, o Alzheimer é hoje a principal causa de demência no mundo. A doença provoca perda de memória e afeta outras funções do cérebro. ✅ Clique aqui para seguir o canal do g1 MS no WhatsApp “O risco cresce depois dos 65 anos, mas há casos mais raros que começam antes dos 60. Histórico familiar também aumenta o alerta”, explica o médico. Dez milhões de pessoas são diagnosticadas com demência no mundo todo a cada ano. No Brasil, segundo o relatório nacional sobre demência, do Ministério da Saúde, 8,5% da população com 60 anos ou mais convivem com algum tipo de demência. São mais de 2 milhões de pessoas. E projeções indicam que 5,7 milhões tenham o diagnóstico no país até 2050. Nos estágios iniciais, o Alzheimer atrapalha tarefas simples do dia a dia. Com a progressão, o paciente passa a precisar de ajuda para higiene e alimentação. Nas fases avançadas, torna-se totalmente dependente. 🧠 Principais sinais da doença: Esquecimento de fatos recentes Repetir perguntas várias vezes Dificuldade para encontrar palavras Se perder em locais conhecidos Mudanças de humor e comportamento, incluindo agressividade Problemas de fala são um dos primeiros sinais de declínio mental - e podem indicar o começo da doença. Veja a seguir cinco sintomas precoces de Alzheimer relacionados à fala que você deve observar: 1. Pausas, hesitações e imprecisões Um dos sinais mais reconhecíveis do adoecimento é a dificuldade em lembrar palavras específicas, o que pode levar a pausas e hesitações frequentes e (ou) longas. Quando uma pessoa com Alzheimer demora a lembrar de uma palavra, ela pode recorrer a uma descrição vaga, como dizer "coisa", ou falar em torno da palavra esquecida. Por exemplo, se a dificuldade for para lembrar a palavra cachorro, pode ser que ela diga algo como "as pessoas têm esses animais de estimação… eles latem… eu costumava ter um quando era criança". 2. Usar palavras com significado errado Quem está desenvolvendo a doença tenta substituir uma palavra que não consegue dizer por algo relacionado a ela. Usando o mesmo exemplo acima, em vez de "cachorro", pode usar um animal da mesma categoria, como "gato". Nos estágios iniciais da doença de Alzheimer, no entanto, essas mudanças têm mais probabilidade de estar relacionadas a uma categoria mais ampla ou geral, como dizer "animal" em vez de "gato". 3. Falar sobre uma tarefa em vez de fazê-la Uma pessoa com Alzheimer pode ter dificuldade para concluir tarefas. Em vez de executá-las, ela pode falar sobre seus sentimentos em relação às atividades, expressar dúvidas ou mencionar habilidades passadas. E dizer: "Não tenho certeza se consigo fazer isso" ou "Eu costumava ser bom nisso", em vez de falar diretamente sobre a tarefa. 4. Menor variedade de palavras Um indicador mais sutil da Doença de Alzheimer é a tendência de usar uma linguagem mais simples, confiando em palavras comuns. Pessoas com Alzheimer frequentemente repetem os mesmos verbos, substantivos e adjetivos em vez de usarem um vocabulário mais amplo. Elas também podem usar "o", "e" ou "mas" com frequência para conectar frases. 5. Dificuldade em encontrar as palavras certas A doença leva a dificuldade para pensar em palavras, objetos ou coisas que pertencem a um grupo. Isso, às vezes, é usado como um teste cognitivo para o diagnóstico. Por exemplo, aqueles com Alzheimer podem ter dificuldade para nomear coisas em uma categoria específica, como alimentos diferentes, partes diferentes do corpo ou palavras que começam com a mesma letra. Isso fica mais difícil à medida que a doença progride, tornando essas tarefas cada vez mais desafiadoras. A idade é o maior fator de risco para o desenvolvimento de Alzheimer – a chance dobra a cada cinco anos após os 65 anos. No entanto, uma em cada 20 pessoas diagnosticadas com Alzheimer tem menos de 65 anos. Isso é chamado de Alzheimer mais jovem – ou de início precoce, segundo Sarah Curtis, doutoranda com pesquisa sobre uso da linguagem na síndrome de Down e na doença de Alzheimer, na Universidade Nottingham Trent, no Reino Unido. Embora esquecer palavras de vez em quando seja normal, problemas persistentes e cada vez piores para lembrar, falar fluentemente ou usar uma variedade de termos podem ser um sinal precoce de Alzheimer. Identificá-los na fase inicial é particularmente importante para pessoas com maior risco de sofrer do Mal à medida que envelhecem, como os que têm Síndrome de Down. Como a família pode ajudar Ainda não existe cura para o Alzheimer. Segundo o neurocirurgião Newton, remédios podem aliviar sintomas e retardar a evolução da doença. Também ajudam terapias de apoio, como fisioterapia, estimulação cognitiva e acompanhamento psicológico. A participação da família é fundamental. Rotina, paciência, segurança e apoio ajudam no tratamento. É importante incentivar o contato social e manter acompanhamento médico. “Também é fundamental cuidar do bem-estar dos cuidadores”, destaca o neurocirurgião. Memória ativa Em Campo Grande, Neusa Jerônima Rosa dos Santos, de 75 anos, enfrenta a doença. Ela é tataraneta de Tia Eva, fundadora da Comunidade Quilombola. Conhecida por cuidar da igreja e apoiar vizinhos, Neusa diz que enxerga a comunidade como parte da própria família. “Se tiver aqui dentro da comunidade, é sangue da gente. Se alguém precisa de remédio, eu ajudo. Cuidar da família é sagrado”, afirma Neusa. Com o diagnóstico da doença, Neusa encontrou no artesanato com argila uma forma de manter a memória ativa e preservar a tradição local. Ela sonha em ensinar crianças e adultos a técnica. “Não é só ganhar dinheiro, é mostrar que é capaz” Para ela, manter viva a comunidade é também um tratamento. “A igreja é o nosso coração. Não quero morrer antes de ver essa igreja inteira outra vez”, diz sobre o prédio interditado por risco de desabamento. 🧠 Avanço na ciência Cientistas anunciaram em agosto deste ano um avanço que pode transformar a pesquisa sobre o Alzheimer. Pela primeira vez, minicérebros humanos (uma versão reduzida do nosso mais complexo órgão) cultivados em laboratório amadureceram de forma acelerada com a ajuda do grafeno, um material ultrafino derivado do carbono. 👉 O estudo, publicado na revista "Nature Communications", contou com a participação de pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), entre eles o brasileiro Alysson Muotri. A equipe também mostrou que esses organoides foram capazes de enviar sinais elétricos a um robô simples, que respondeu com movimentos. Embora ainda em estágio experimental, o feito abre novas possibilidades para compreender doenças do cérebro e desenvolver futuras interfaces entre humanos e máquinas. "O grafeno responde à luz, então a gente usa essa luz para estimular os neurônios. Diferente de outras técnicas, conseguimos fazer isso de forma crônica, por dias, semanas e até meses", explica Muotri ao g1. "Foi assim que percebemos que, com essa estimulação, as redes neurais amadurecem muito mais rápido e de um jeito muito mais próximo do que acontece no cérebro humano", acrescenta o pesquisador. Veja vídeos de Mato Grosso do Sul: